-Nathan você tem que ajudar ela!-Lucas gritou para o loiro com as
mãos entre o rosto deitado, tentando evitar qualquer tipo de discussão...Mas Lucas,
bom, com Lucas era meio difícil.
-Eu não posso Lucas.-Nathan falou com a voz falha.
-Como não pode?-ele se alterou. Como assim? Nathan TINHA que ajudar
Clara, ela não era mais a menina deles. Faziam quase um mês, quase um mês que
Clara só ia para casa pra passar o dia todo dormindo e a noite sair para as
noite. Suas vestes estavam estranhas, e agora Lucas desconfiava que de alguma
forma ela havia começado a fumar algum tipo de droga. Nessas semanas, Lucas era
quem mais ajudava a garota, ele ia atrás dela, ligava para a mãe de Clara para
saber se ela já estava em casa, se não estivesse em determinado horário ele ia
sempre atrás dela. A amizade que ele tinha pegado pela pequena era grande, e
ele não queria deixa-la sozinha por ai, e o pior...ele sabia o motivo do porque
ela ter começado tudo isso, mas não podia fazer nada. Algumas noite Lucas tinha
vontade de deixar hematomas na cara de neném de Nathan só de ver Clara naquele
estado. É engraçado como o amor faz essas coisas com as pessoas, sem nem
deixa-las pensar direito. Mas agora, Lucas não aguentava mais ver Clarinha
naquele estado. Tinha que fazer algo, tinha que pedir ajuda, pedir ajuda a
pessoa mais próxima dela que podia além dele e Kler. Nathan.
-Eu apenas não posso ta legal?-Nathan disse, e Lucas serrou os punhos se
controlando para não quebrar a cara do loiro. Mas Lucas nem sabia o quanto Nathan
sofria com aquilo, ele sabia de todas as noite, escutava Lucas correndo porta a
fora no meio da noite para ir atrás de Clara, na maioria delas Nathan tinha que
se segurar para não sair do quarto e dizer que iria junto...mas ele não poderia
fazer isso. Se sentia tão covarde em não ajudar sua Clara, mas para ele era o
melhor jeito...ele estava descobrindo algo estranho dentro de si pela garota, e
não queria que isso crescesse. Ele tinha namorada! Não podia se envolver por
alguém agora, ainda mais a sua garotinha que para ele só o via como amigo. Ele
tinha que se afastar, e não queria sofrer por vê-la naquele estado.
-VOCÊ TA MALUCO HORAN? A MENINA TA SE DROGANDO!!! VOCÊ TEM QUE FALAR COM
ELA, ELA SÓ OUVE VOCÊ!-Lucas gritou alterado batendo a porta atrás de si e
fechando o cômodo que Nathan dividia com Josh. Lucas respirou tentando se
acalmar e andou em direção a cama.-Nathan, se ela não te ouvir, você tem que
fazer alguma coisa por ela. Tem que nos ajudar a pensar em alguma coisa pra ela
perceber que ela tem amigos de verdade, que ela não precisa de drogas ou
qualquer outra coisa pra substituir qualquer coisa que falte na vida dela. Pelo
amor de Deus Nathan, era ta sofrendo...eu vejo nos olhos dela, ela quer se
convencer que é forte Nathan...Porfavor.
-Okay, Lucas...eu vou ajudar.-Nathan suspirou, não tinha mais como. Ele
tinha que ajuda-la, não poderia ver ela assim por muito tempo.
-Ótimo cara...obrigada.
-Eu que digo...obrigado.
-Lucas? Você por aqui?-Thais disse. Ela estava no parque na beira do
lago, sentada no gramado...ela gostava de ir ali para pensar, e pelo jeito não
era a única que gostava daquele lugar.
-Ah...Bennett me chamando de Lucas? Que evolução, Thais.-ele provocou,
mas foi uma provocação na brincadeira. E se sentou ao lado dela e os dois
ficaram em silencio.-Thais...
-Hm
-Olha, me desculpa eu ter te tratado daquela maneira. Eu não sabia que
você queria começar de novo...eu também quero e...-ela o interrompeu.
-Tudo bem Lucas.
-Você sabe o porquê da rivalidade das nossas famílias?-Lucas perguntou
um pouco risonho.
-Sei-Thais riu nasalmente. Os dois estavam se entendo e isso era tão bom
para Thais, ela gostava tanto disso...mas estava envergonhada, porque estava
vencendo seu orgulho. E embora Lucas não demonstrasse, sentia o mesmo.
-Impossível imaginar que meu pai um dia já foi o melhor amigo do seu.-Lucas
encarava o lago, tentando quebrar o clima estranho com a conversa.
-Mas quem traiu meu pai foi o seu.-Thais disse sem nem perceber.
-Pois eu acho que não, acho que foi seu pai quem pisou na bola.-Lucas
olhou para ela cuidando nas palavras, não queria ter que brigar com ela
novamente. Pensando bem, Henry tinha razão ele estava muito apaixonado pela
garota...pela Bennett. Ele se sentia tão bem ali do lado dela, queria
abraça-la, queria contemplar aquela cena de Thais sentada ao seu lado olhando
pro lago, o sol de fim de tarde batendo em seus cabelos que ficavam mais
avermelhados que o normal desse jeito. Mas a cena de harmonia acabou em meros
segundos com a frase dele.
-Vai começar Tomlinson? Qual é, seu pai que avacalhou com meu pai.-Thais
disse se levantando do gramado e tirando a poeira da calça.
-Ihh a Bennett me chamou de Tomlinson de novo...acabou a paz.-Lucas se
levantou também ficando de frente para a garota que agora já ia colocando o
dedo na cara dele. Ele não queria brigar, mas não podia se deixar por baixo.
Por mais que ele não gostasse de brigar com ela, era quase como...a natureza
dos dois brigarem por qualquer motivo bobo e inútil.
-ARGH VOCÊ ME IRRITA! NÃO DA PRA TER UMA CONVERSA CIVILIZADA COM VOCÊ
CARA. SAI DAQUI...-antes que ela terminasse a gritaria, Lucas a puxou e os
lábios dos dois estavam colados. Lucas adentrou a boca de Thais com facilidade
assim que ela fechou os olhos e o deixou tomar conta. O beijo era calma, e
tão...doce. Lucas se sentia radiante nesse beijo, por mais gay que isso
parecesse, ele se sentia incrível. Era com certeza o melhor beijo, um nunca
experimentado antes por ele, algo apaixonante...e por incrível que pareça,
Thais também nunca tinha experimentado algo igual. Era tão bom que eles
poderiam ficar ali para sempre naquele momento...congelados, sem brigas, sem
discussões, só desfrutando daquilo.
-Lucas...-Thais abaixou o rosto quando o beijo foi cessado por um
selinho do garoto.
-Xii...por favor...-Lucas suplicou, pegando nas mãos da menina e as
juntando. Ele a olhou por alguns milésimos até que ela olhasse para cima também
para poder encara-lo. Os dois sabiam qual era a suplica dele, ele não queria
mais brigas, ao mesmo tempo que ela também não, e também outro beijo...o que acontecerá
dois segundos depois. Depois dos lábios separados novamente, Lucas grudou sua
testa com a de Thais e sorriu, fazendo-a rir também. Era tão bom, os dois se
traziam paz ao mesmo tempo que traziam a guerra, os dois emanavam sentimentos
naquele momento, pena que nenhum dos dois sabia que era reciproco.
-Thais...eu....
-Hm?-ela o incentivou.
-Eu...gosto disso...por favor. Eu gosto tanto disso...sabe, eu meio
que...
-Eu quero isso a algum tempo atrás.-ela despejou em cima dele, e ele
sorriu arregalando os olhos.
-Então somos dois.
-Agora, cala a boca e me beija de novo.-ela disse rindo e ele o fez. O
fim de tarde passou quase que voando, depois de algum tempo os dois já estavam
sentados novamente se pegando enquanto a lua começava a aparecer no céu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário