-Você conhece algum parente senhor?
-Sim, sim eu vou chama-la estamos indo para ai.-
Ligação Off
-Henry onde você vai? O que houve?-Josh perguntou se sentando na cama
vendo o amigo sair “voando” pela porta com as chaves e o casaco nas mãos.
-TENHO QUE IR!-Henry gritou já no andar de baixo fechando a porta e indo
em direção ao carro apressado. Assim que Henry ligou o carro, percebeu o quão
nervoso estava, ele sabia que não era um exame de rotina, não era uma simples
gripe em que o médico apenas receita um remédio...era algo pior, caso contrario
não o ligariam. Henry sentia o medo e a tristeza correr por suas veias, afinal
a Sra. Stelle sempre foi como uma mãe para ele, assim como Anne foi como uma
mãe para Millena também. Eram como uma família, que por um descuido dele se
distanciou. Em meio a pensamento Henry já virava a esquina do quarteirão
faltando apenas uma rua para chegar a casa de Millena. Henry suspirou virando a
rua e avistando a casa de longe, ele tinha que fazer isso, ele só conseguia
pensar se ela fecharia a porta na cara dele, ou qualquer possibilidade de ela
não o escutar. Henry desceu do carro, e foi em direção a casa amarelo claro,
apertando a campainha logo em seguida. Ele suspirou pesado, e pôs as mãos no
bolso da calça bege que usava.
-Oii-Millena abriu a porta e logo fechou o sorriso ao ver quem era, com
certeza ela esperava alguém.
-Oi-ele passou as mãos no cabelo-Eu preciso falar com você.-ele disse e
ela bufou falando logo em seguida:
-Como todas as outras vezes? Desculpa não vai dar, estou esperando
alguém...-quando ela iria terminar de falar Henry abaixou a cabeça não a
olhando nos olhos, percebendo o quão arrumada a menina estava...com certeza não
era para uma amiga, era um cara. Mas aquilo não importava no momento, antes que
ela pudesse dizer algo Henry disse.
-Sua mãe esta no hospital, me ligaram...talvez porque eu deva estar em
um dos primeiros números da lista do celular dela, mas se você quiser te dou
uma carona. É sério Millena me escuta, estou preocupado.-Henry disparou em
dizer antes que ela viesse a dizer algo.
-Que?-a expressão de Millena de um pouco irritada e um pouco de
tristeza, havia mudado para uma espécie de pânico, medo, surpresa e angustia.
-É isso...você quer que eu te leve? Rapido.-ele disse ainda receoso.
Millena sem responder nada foi para dentro de casa e pegou sua bolsa e o
celular voltando logo em seguida correndo em direção ao carro de Henry, onde Henry
ia atrás dela. Ela não ligava o que seja lá que tenha acontecido com ela e Henry
naquele momento, ela queria saber o que tinha acontecido com a mãe, queria
saber se estava tudo bem e a única pessoa ali que a podia levar o mais rápido
possível até o hospital Cheshire era Henry. Sem falar nada Henry destravou o
carro vendo ela entrar e fechar a porta apressada, e então correu para o lado
do motorista e deu a arrancada com o carro em direção ao hospital.
-Oi? Meu nome é Millena Stelle, quero ver Sophiaa Stelle...-Millena
disse apressada a recepcionista no hospital, fazendo a moça não entender nada.
-Desculpe senhora, pode falar mais devagar?-a moça loira perguntou
curvando o cenho.
-Millena, deixa que eu resolvo.-Henry pôs a mão no ombro de Millena a
apontando as poltronas de espera, para que ela se sentasse e acalmasse, Millena
sem titubear foi para o local e deixou Henry falando com a recepcionista,
Millena sentou-se com as mãos tremendo a preocupação era grande de mais. Logo
avistou Henry e a recepcionista vindo em direção a ela, a moça loira colou um
adesivo escrito “visitante” na blusa de Millena e de Henry, e falou para que
aguardassem que em pequenos instantes o medico apareceria e eles poderiam ver
senhora Stelle. Assim que a recepcionista saiu, Henry caminhou até o mini bar
que havia no hospital e comprou uma água e pegou um copo levando-o até Millena.
-Pegue...pra se acalmar Millena.-Henry disse sorrindo acolhedor a
entregando um copo cheio de água.
-Obrigada-ela assentiu um pouco nervosa. O garoto dono das esmeraldas no
lugar dos olhos sentou-se ao lado dela e se calou fechando os olhos e suspirando,
Henry se sentia vazio estar ali com ela e não poder ser o mesmo de
antes.-Obrigada Henry, de verdade obrigada por me trazer aqui e tudo...-Millena
disse se virando para ele e sorrindo realmente agradecida. Henry a olhou e
sorriu acanhado.
-Não há de quê.-Henry disse acolhedor e virou-se novamente, vendo ela
sorrir de lado e se virar também.
-Senhorita Stelle...-um moço de jaleco branco, mais velho e parecendo
muito simpático chamou.
-Aqui!-Millena levantou-se rapidamente, fazendo Henry levantar junto.
-Sou o Dr. Willian. Pode me seguir, e traga seu namorado.-o medico disse
e Henry riu sem humor, Millena ia responder mas o medico já seguia caminho e
não conseguiu.
Depois de verem a mãe de Millena deitada recebendo soro na veia, Millena
ficou pasma e muito mais preocupada do que antes. Agora os três, Dr. Willian,
Millena e Henry estavam na sala do doutor esperando que o medico os dissesse o
que Sr. Stelle tinha.
-Então, eu chamei seu namorado aqui porque nunca é muito fácil...-Antes
de terminar foi interrompido.
-Somos só...amigos-Millena disse e hesitou em falar a palavra amigos.
-Oh me desculpe. Então...eu quero que saiba que vai ter que dar apoio a
sua mãe agora, ela esta com...
-Por favor doutor seja rapido-Henry disse morrendo de angustia.
-Sua mãe esta com câncer de mama Millena.-o medico disse, e em segundos
via-se as lagrimas escorrendo de seu rosto, mas ainda estava atenta ao que
viria.-Esta num caso intermediário e ainda tem cura, mas com muito tratamento,
sua mãe me parece uma mulher muito forte...consegue sair dessa numa boa.-Dr.
Willian disse tranquilamente passando uma segurança mortal para Millena que
chegou a sorrir calma.
-Obrigada.-ela disse e outra lagrima caiu por seus olhos.-Ela já sabe
doutor?-perguntou aflita, não queria dar aquela noticia a mãe.
-Nós já contamos, fique tranquila ela esta confiante...mas quem estiver
ao lado tem que estar também, é uma fase difícil.
-Obrigada...quando começa o tratamento? E a cirurgia?-perguntou e o
medico deu as opções a Millena que saiu da sala arrasada logo depois de agendar
tudo. As lagrimas caiam pelo rosto dela e ela saia correndo pelo corredor,
queria pegar um ar. Henry saiu da sala pasmo, não sabia o que dizer, não sabia
o que fazer estava assustado. Então ele olhou Millena andando depressa no
corredor e esbarrando um duas pessoas, o garoto correu ate ela e antes que ela
pudesse esbarrar em outra pessoa Henry a segurou e a puxou contra si, sabia que
ela estava desesperada, ela precisava de alguém, precisava de um amigo, de um
abraço e Henry mais do que ninguém sabia quando. Ele a puxou contra seu peito e
a abraçou ali no meio do corredor, no inicio ela tentou se esquivar mas logo se
deixou ser tomada pelo seu abraço, os soluços de Millena eram fortes e Henry
sofria em saber que sua pequena sofria também. Ele queria chorar junto, mas não
podia, tinha que passar confiança a ela, tinha que conforta-la.
-Ta tudo bem Millena, ela vai sair dessa eu te prometo, vou estar aqui
com você pra o que precisar, vamos ajuda-la o máximo possível eu te prometo.-Henry
disse deixando um beijo em seus cabelos, Millena estremeceu com a voz dele no
ouvido dela, tão próximo depois de tanto tempo, ela se sentia tão acolhida ali
tão bem, mas mais do que tudo queria não se sentir assim só com ele. As
lagrimas encharcavam o parte do ombro do casaco de Henry, e ela cada vez se
aconchegava mais e ele cada vez a apertava mais contra si, sentindo o perfume
dela.-Eu prometo-ele sussurrou e a abraçou mais. Millena assentiu ainda com a
cabeça enterrada em seu peito, pensou em sair dali mas não podia...agora já
havia se deixado levar.-Te amo Millena-Henry disse com a voz mais terna o
possível. E mal sabia ele que ela sussurrou o mesmo mas no seu pensamento.
“Eu também te amo, Henry. Mais do que você imagina”
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