-Henry me solta-Millena disse após ser puxada para o lado da casa assim
que a ela saiu para “tomar um ar”. Henry a soltou, seu coração batia
forte...ele iria se desculpar agora e se desse sorte ela voltaria a ser a sua
pequena, ou deixaria ele tentar fazê-la de novo.
-Mih você prometeu que iria me deixar explicar, e até agora nem olhar
pra minha cara você fez.-Henry soltou um suspiro e olhou para as arvores ao
lado deles para não encara-la. Millena suspirou também.
-Tudo bem Henry, vamos lá.-Ela disse cruzando os braços e encarando ele.
-Vem comigo.-ele disse puxando-a pelo braço levemente. Ele a levou atrás
da casa e passou por algumas pequenas arvores avermelhadas que ali tinha até
parar em um banco daqueles de parques, aqueles bancos de madeira, de frente
para uma tora de arvore que servia de “apoio para pés” ou “mesa de centro”. Os
olhos de Millena brilharam, para qualquer um aquele era só um lugar onde havia
um banco bem cuidado e uma tora de madeira com alguns riscos em cima de frente
para duas arvores com suas folhas em cores agora, amareladas. Mas para os dois,
bom, para os dois aquele não era só isso...para os dois era um lugar, bom, um
lugar especial.-Você lembra daqui?-Henry não podia conter o sorriso das
lembranças. Millena assentiu observando, faziam anos que não ia ali, faziam
anos que Millena esquecerá daquele lugar, mas agora eles estavam ali e estava
tudo tão...igual.
-Henry, isso ta igual...-Millena riu se sentando no banco ainda
observando o lugar.
-Eu sei, vim aqui a alguns dias atrás e a mãe disse que ela tentou
conservar isso aqui o máximo possível.-Henry sorriu vendo o sorriso de Millena.
-Isso é tão...-ela suspirou ainda maravilhada.-Esse lugar é
tão...-Millena não achava a palavra e Henry a olhou, observando-a.
-Nostálgico-os dois disseram juntos e riram nasalmente. Henry se abaixou
na frente da tora baixa de madeira e a observou por cima, havia uma mancha de
copo, uma pequena parte queimada, que foi feita por um isqueiro que Henry tinha
e sem nada pra fazer colocou a ponta na tora até ficar um pouco escurecido, Henry
riu disso, e então Henry olhou para o canto da tora.
-Millena...-Henry a chamou acenando com a cabeça para o local a
indicando o que estava “arranhado” ali. Millena olhou e seu sorriso murchou
havia um sinal de infinito ali e embaixo as assinaturas dos
dois.-V-você...lembra?-Henry a olhou cabisbaixo, ela assentiu tentando não
encara-lo.-Millena, você lembra desse dia tão bem quanto eu não é?! Foi o dia
em que nos declaramos realmente melhores amigos um para o outro, e você também
lembra desse lugar...-ele pegou em sua mão-Esse lugar sempre foi tão especial
Mih, a gente vinha aqui sempre que precisávamos do outro, sempre que tínhamos
algo nos agoniando e precisávamos desabafar ou de ajuda, a gente vinha aqui pra
jogar conversa fora, ou só pra ficar com a presença do outro ao lado sem dizer
nada. Millena, você é tão importante pra mim pequena, eu sei que fui tão
babaca-ele desviou os olhos dos dela e olhou para o chão apertando a mão
dela.-Mas...Millena eu tive um motivo pra isso, e eu me arrependo tanto.-ele a
olhou nos olhos novamente-O que vai ser de mim aqui nessa cidade sem você? Eu
lembro de você todos os dias...Eu sinto falta de tudo, Mih, por tudo que
vivemos juntos por longos anos eu te peço perdão.
-Que motivo?-Millena falou derrotada pelas palavras dele, ela só queria
abraça-lo agora e dizer que estava tudo bem. E que ela ainda amava o amigo, mas
a magoa ainda era grande. A mão dele na dela, fazia seu coração disparar a mil
e ouvi-lo dizer aquelas coisas a fazia tremer, e seus olhos esmeralda
suplicando pelo seu perdão a faziam perder a consciência por alguns meros
segundos.
-E-eu...Millena tenho medo de te falar isso, eu não quero que tenha mais
motivos pra se afastar de mim.-Henry abaixou a cabeça, mal ele sabia o quanto
fez mal e dizer aquilo, agora deu a impressão de que era algo realmente feito
de propósito a ela, embora de alguma forma tenha sido. A menina se levantou e o
olhou com decepção balançando a cabeça, se virou e saiu do lugar deixando Henry
sozinho. Ele ficou a olhando sair dali, sabia que não adiantaria correr atrás
dela, a lua iluminava o rosto triste do garoto, e então Henry bateu o punho
fechado na tora se castigando.
“Porque dói...-foi a ultima coisa que Lucas disse antes de virar as
costas e sair do local me deixando plantada na frente da porta, com a maior
cara de confusa”
A cena se repetia milhões de vezes na cabeça de Thais e ainda não havia
entendido o que Lucas queria ter dito com aquilo. E ela também não fazia a
mínima ideia do porquê de estar pensando tanto nisso, só sabia que na hora que
ele havia lhe dito aquilo algo no peito dela se contorceu e a fez sentir-se
estranhamente triste por ele naquele momento. Thais estava sentada no sofá da
sala de Henry com os outros esparramados pelo lugar também, ela olhava fixo
para um ponto qualquer na sala bastante pensativa, quando Millena atravessou a
sala rapidamente e se sentou ao lado dela colocando a cabeça em seu ombro.
-O que houve Mih?-Thais perguntou acabando com seus devaneios. Millena
balançou a cabeça, como se dissesse que não era nada e se aconchegou mais perto
da amiga até ser puxada para a conversa do grupo, que ria. Menos Thais que
agora voltara a pensar em Lucas...ops, no Tomlinson.
-Hey...Clara, olhe pra mim.-Lucas deu duas batidinhas no rosto da loira,
para que ela prestasse atenção nele.
-Hmm-ela gemeu olhando para ele.-Lucas...o que você...
-Eu estava passando por aqui e vi você jogada nesse banco com essa
garrafa do seu lado. Clara, o que aconteceu com você?-ele disse se agachando
para encara-la de frente.
-Eu só vim me divertir um pouco Lucas-ela revirou os olhos.
-Sei...-Lucas olhou em volta.-Pelo jeito se divertiu ein?!-ele riu
apontando para o pescoço dela.
-O que?-ela perguntou sem entender. Lucas tirou o celular do bolso e o usou
como espelho para que ela visse, os dois chupões em um lado de seu pescoço.-Ai
meu Deus...-ela disse um pouco assustada.
-Não se lembra de nada né?-Lucas riu baixinho.
-Não.-Clara o olhou apavorada.
-Certo, am...qual a ultima coisa que se lembra?-Lucas perguntou olhando
algumas pessoas saírem da casa de dança bêbadas, ou conversando bastante alto.
-Eai Clara...am...quem é você?-um cara apareceu com dois copos na mão um
de vodka e outro de água mineral.
-Sou Lucas...e você?-Lucas levantou uma sobrancelha.
-Jensen...cara eu estou com ela.
-Ah, desculpe...mas ela é minha amiga, e eu estou tentando ajuda-la já
viu o estado dela?!-perguntou Lucas um pouco alterado.
-Sim, e foi por isso que fui buscar o copo de água pra ela.-ele disse
como se fosse obvio.
-Ah e se aproveitar da menina a algumas horas atrás sem saber quase o
próprio nome também faz parte do processo de cura?- Lucas disse irônico.
-Do que você esta falando?-Jensen se sentou ao lado de Clara a dando o
copo de água.
-Ah não se faça de idiota.-Lucas disse sem paciência apontando para o
pescoço dela.
-Ei,ei a gente só tava se pegando não aconteceu nada de mais ok?-Jensen
afirmou, e parecia estar falando serio, mas Lucas ainda desconfiava o encarando.-Que
foi?! Você acha o que? Que transei com a Clara aqui? No banco? Conta outra.
-Ta bom. Clara?-Lucas perguntou a opinião dela.
-Tudo bem, Lou. Eu lembro do Jen, ele veio me fazer companhia antes
de...bom, não me lembro de muita coisa depois disso.-ela riu um pouco tímida.
-Ok, cara obrigado pela água. E agradeça que você não pegou um
aproveitador Clara.-Lucas disse apertando a mão do cara.-Mas já esta tarde e
vamos, te levo pra casa.
-Não precis...
-Clara, vamos, você não esta nada bem e...-ela o interrompeu.
-Lucas, não posso ir pra casa nesse estado. Minha mãe vai me matar.
-Ok, Nathan me disse que você estava na casa de “uma amiga”-ele fez
aspas com os dedos.-Vamos para a casa do Henry.
-Mas...
-Sem mas, vamos Clara você não esta bem.-Lucas disse a ajudando a
levantar.
-Tudo bem.-ela revirou os olhos- Obrigada Jensen, e desculpe qualquer
coisa.-ela se despediu dele que a abraçou.
-Foi um prazer, Clara.-ele sorriu e os dois foram embora, os dois a pé e
Lucas a segurando antes que ela desse algum torpeço e caísse de cara no chão.
-Vamos lá, Clara. Agora me diga o motivo da bebedeira...você não é
dessas.-ele disse um pouco preocupado.
-Só queria me divertir Lucas, nem vem.
-Ah sim, é claro.- Lucas ironizou.-Vamos, admita...é por causa do namoro
do Nathan não é?!
-Q-que? C-como você?am?-Clara tropeçou nas palavras.
-A qual é, o Nathan que talvez seja ingênuo demais pra perceber, mas
esta na cara que você esta apaixonada por ele...-Lucas disse a deixando corada.
-Mas...Ta legal, eu admito. Mas por favor....
-Já sei, já sei...”não conte a ele”. Tudo bem eu não conto, mas se te
consola...prefiro mil vezes você e ele juntos do que com aquela tal de Karen,
não fui muito com a cara dela.-ele disse e Clara sorriu. Será que era tão
obvio?! Será que até Nathan já tinha desconfiado? Ou será que apenas Lucas
havia notado? Ela não sabia, só sabia que estava doendo de mais, mas era a
felicidade de Nathan que estava ali, e era só o que ela queria.
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